quarta-feira, 28 de novembro de 2018

CURRICULUM VITAE

Formado como Auxiliar de laboratório Físico-Químico 1975 - 1977 - e Formado em Técnico em(de) Química - 1978. Fui Analista Químico na Petroflex/Nitriflex, antiga FABOR, fábrica de Borracha da Petrobras em 78/79, em análises químicas de látex, borrachas e resinas. Áreas 205 e 250 (industrial) da Nitriflex e Laboratórios Físico-Químicos: SEFLEX (estireno), SEBUT (butadieno), SECOP(copolímeros) e SEQUAL (setor de Qualidade) da Petroflex. Em 1979/80 Aluno de Infantaria – CPOR - Centro de Formação de Oficiais da Reserva do Exército. Em 1980 trabalhei na área de Controle de Qualidade – Conferente de Qualidade de Produtos e Laticínios em Geral da SPAM – Sociedade Produtora de Alimentos Manhuaçú, fabricante dos leites Vigor e Mimo, dentre dezenas de outros alimentos. Ajudei a fundar o PT em 1980, em 86-87 trabalhei como Operador de Processos Petroquímicos na Bayer em Belford Roxo/RJ, no WI - Divisão de Produtos Fitossanitários, o nome parece familiar? Pois é, depois de 86/87 que conseguimos um melhor controle na utilização e/ou fabricação de Defensivos Agrícolas (Agrotóxicos), pois trabalhava na formulação, Análises Químicas, fabricação e envasamento em tambores dos piores agrotóxicos produzidos pela Bayer, o "carro chefe" era o TAMARON BR, agrotóxico potente para lavoura de Café, arroz, dentre outras. É um Organofosforado, que tinha como base o E-118 AMID (nome técnico da Bayer) e PNP - Para Nitro Phenol (era absorvido pela pele causando leucemia). O TAMARON (Nome Comercial) era tão nocivo, que bastava pingar umas 3 gotas na língua, para matar um Homem de 70 kg de peso em apenas 5 minutos e vários outros problemas graves com outros produtos químicos periculosos, em apenas 1 ano perdi 3 colegas de trabalho por mortes, um por contaminação por Metanol e 2 por Leucemia, todos provenientes do nosso trabalho (com o máximo de segurança e técnicas necessárias para o ingresso na área fabril, agora imagina com o triplo de defensivos agrícolas a partir deste ano 2018, nos trabalhadores rurais sem conhecimento de causa, técnico ou de EPI - Equipamento de Proteção Individual) Conseguimos impor legislação em 86 no MTE - Ministério do Trabalho e junto ao MPT, mudamos o regime de exames de sangue para quinzenais, para se ter uma ideia da gravidade na fabricação dos venenos, era empresa de Grau de Risco 3 (de um total de 4), Grau de risco 4 são as Usinas Nucleares , Fábricas de Explosivos e outras também restritivas à saúde. Para trabalhar nessas empresas é obrigatório na área industrial o exame médico periódico de 6 em 6 meses, nas áreas administrativas é anual; também trabalhamos na construção e alterações dessas legislações (NR-5/CIPA, NR-6/EPI's e NR-7/Exames Periódicos)). E na Bayer equiparada a uma Refinaria de Petróleo, que os exames periódicos é semestral, na Bayer era quinzenal, e adquiria uma leucemia dentro desse pequeno prazo de 15 dias exposto. Em 1987 ingressei como Operador de Processos na Refinaria de Manguinhos fui Diretor do Sindicato dos Petroleiros do RJ por 3 Gestões Cutistas desde a década de 80, em 1992 LULA foi de São Paulo junto com o Companheiro Vicentinho para trabalhar na campanha da nossa chapa 1 da Cutista, Lula passou uma semana hospedado conosco nessa Campanha, no Sindipetro; participei da criação da FUP/CUT - Federação Única Petroleira em 1994 (Antiga Federação Única Cutista dos Petroleiros – FUCP de 1993), Fui o primeiro Petroleiro no Brasil a ser eleito para uma Comissão de Base (fábrica) na Refinaria de Manguinhos dia 02/08/1989, um ano após conseguirmos na Constituição Federal um disposto que criaria uma Lei Complementar (Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.) Até hoje não regulamentada. Não havia garantias contra demissão, por isso a dificuldade de criar novas comissões em diversas empresas de vários segmentos, porque a luta seria árdua. Na nossa Comissão Petroleira pioneira no Brasil, conseguimos aumentar para 3 funcionários a muito custo, só tinha eu. Algumas batalhas à frente e aumentamos para 10 trabalhadores e conseguimos conquistar um Estatuto da Comissão que nos dava garantia no Emprego, homologado no Sindipetro/RJ e Ministério do Trabalho. Através de ACT – Acordo Coletivo de Trabalho; tinha poder de lei e nem a FORD em São Paulo, de onde surgiu a primeira comissão de fábrica no Brasil, 21 de julho de 1981 possuía. Quem acompanhou as Greves dos Metalúrgicos do ABC com Lula sabem disso, a nossa comissão em Manguinhos, foi a 2ª no Brasil. estive na FORD em SP para pegar subsídios para criar a nossa. Ajudei depois a criar as primeiras 3 Comissões dentro da Petrobras: FRONAPE, CENPES e EDISE. Em 92 fui eleito para o CONSEST - Conselho de Saúde dos Trabalhadores do RJ, fui empossado como Conselheiro pelo Brizola no seu 2° Mandato como Governador, representando o setor químico e Petroquímico no estado do Rio, pela CUT; quem comandava o CONSEST era a Dra. Fátima Sueli Ribeiro, Prof. da UERJ e Secretária de Saúde do Trabalhador do RJ e Dr.Jorge Machado da FIOCRUZ. Meu foco no Conselho foi o Benzeno, Disacuisia (perda auditiva), Amianto e Silicose (jato de areia). Conseguimos vários avanços no País a partir de 1994, com a aprovação (com muita luta; fui à Brasília algumas vezes em reuniões representando o CONSEST/RJ. Num primeiro momento tínhamos conseguido através de muitas pesquisas na FUNDACENTRO em São Paulo a trocar a sílica (areia) por granalha de cobre, menos impactante para o Trabalhador. Fui nomeado pelo CONSEST como único Representante dos trabalhadores na Subcomissão Nacional Tripartite criada pelo Ministério do Trabalho, que escolheu o indicador biológico para o Benzeno. Depois de 4 anos definimos em 96, que seria o ácido Trans -Trans Mucônico em substituição ao Fenol na Urina que apresentava erros no diagnóstico de benzenismo, só efetivado pela Portaria 34 do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego em 2001, sendo apenas modificado em 2014 depois de um seminário, substituindo o ATTM pelo novo indicador biológico que foi alterado para o Ácido Fenil Mercaptúrico (AFM), que é indicado para baixas concentrações de Benzeno, é mais específico e não sofre as mesmas influências do ATTM. A Comissão era Tripartite: Governo, Empresas e Trabalhadores. O Governo apresentou 4 Representantes: Dra. Arline Arcuri da Fundacentro (Coordenadora) e mais também uma outra Dra. da Fundacentro, Dr. Jorge Machado - FIOCRUZ e um representante do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego; as empresas foram representadas pela Petrobras, CSN e Vale do Rio Doce (causadoras principais de Benzenismo no País) e eu Representando a CUT/CONSEST/RJ. Só na CSN conseguimos a construção de um Hospital para 500 doentes de benzenismo, já tinham morrido de leucemia, câncer e tumores, dezenas de trabalhadores; participei de 2 Fiscalizações na CSN junto com Promotores do MPF e MPE/RJ, numa delas, tinha acabado de ocorrer 3 mortes de trabalhadores dentro de um tanque por inalação de Gás Sulfídrico (H2S), foi impedida nossa entrada, mas os Promotores tomaram o poder de Polícia e entramos na marra. Tivemos mais de 2 horas de reunião com o "alto comissariado" da CSN, (recentemente privatizada pelo FHC). O assunto abordado foram as 3 mortes, o Benzeno ficou para uma 2ª inspeção nossa. Ela foi autuada e multada pelas mortes e depois também devido à contaminação por benzeno. Foi uma luta árdua pelo País, USIMINAS, CSN, VALE, GERDAU e outras grandes siderúrgicas e conseguimos através das leis (NR13 – Anexo 13-A) conquistar direitos para os trabalhadores. O benzeno se forma principalmente pelos "altos fornos" das Siderúrgicas e tivemos que rebater e derrubar vários preconceitos nocivos à nossa causa. Um deles (completamente absurdo) defendido pelos empresários do ramo, era que os Negros estavam na maioria quase que absoluta entre os doentes, era típico da "raça Negra", vinha do próprio DNA entre Gerações, pesquisem, é verdade isso, mas derrubamos essa tese com bastantes argumentos contrários. Sabem porque estava concentrado o Benzenismo entre os negros? Simples, mas escondiam; não se escolhe brancos para trabalhar frente aos altos fornos, não suportariam o calor excessivo, por isso escolhem os negros por causa da melanina (pigmentação da pele) que os protegem naturalmente contra o calor, mas não do Benzeno aspirado e absorvido pela pele. Fui o primeiro trabalhador no País a compor o GTB - grupo de trabalhadores do Benzeno junto a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em todas as empresas. Fui Cipista 8 vezes dentro do ramo Petróleo – RPDM – Refinaria de Petróleos de Manguinhos, da Espanhola REPSOL/RJ 1987-1997 e Petrobras/REFAP - Refinaria Alberto Pasqualini, Canoas/RS, desde nov/2001, na qual me encontro lotado até hoje.